domingo, 18 de maio de 2008

Re (vistas)

Hoje me começo.

Prisão

Os dias parecem iguais e infinitos. Tanto disperdício.

sábado, 17 de maio de 2008

Telefone

- faz um ano e meio...e não te esqueço
- é você??? estás aonde?
- em Recife. vem me ver!

(há um ano e meio, iria sim)

- mas agora é tão tarde!
- não. podemos recomeçar...
- são duas e meia da manhã!

(muito tarde..ou quem sabe, ainda)

Fim

Que fim é este por quem tudo fazemos e nunca chega?

Procuro

No desconhecido de mim há um ser inédito.

desamparo

Farei poemas
onde houver travas
atrasarei as pressas

meus pedaços arrancados
são minhas partes duvidosas
vacilos de noites em vãos

aqui faço verdades
não as minhas
as verdades da poesia

que tem sua própria boca que fala na minha

sobre o amor

Quando sonhas o amor, tens na carne a possibilidade de tocá-lo.

Nos caminhos

Quando o chão não é possível, aprendemos a voar...

domingo, 11 de maio de 2008

Fontes e vozes

Nunca pensei que as histórias da minha infância fossem tão sensacionais.
Descobri quando as contei para as crianças. Teve duas, que repeti não sei quantas vezes e cada vez, emendei, inventei, modifiquei mesmo.
Depois dizem que criança quer ouvir as histórias sempre do mesmo jeito! Coisa de adulto que não tem imaginação, isso sim!

Vizãozinha

E por falar em imaginação, eu fiquei pensando nas pessoas enquadradas, assim como nos enquadram, como pintura acabada. O mundo seria feito de paredes e todos ficariam lá, estáticos, vivendo em seu quadro pendurado. Prontos e acabados. Os sensacionais, os inteligentes, os limitados, os eruditos, os pobres, os feios, os gênios..os... Pior que isso, é quem se auto-enquadra...esse não dá chance pra ninguém, nem pra ele mesmo.

A morte

A morte que me cerca vem sem vícios
Está nos dias das bocas que pronunciam
ruim e sem dentes, logo de manhã
No atropelamento das pequenas flores rasteiras
Nos pés descalços, por falta dos progenitores
Está na hora exata de perder o rumo,
porque, diante da cortina de fumaça,
encontra seu espaço.

Atemporal (para Anderson H)

Impressionam-me
as fontes que de ti jorram

um molejo concreto surreal
nudez viva da palavra incorporada

Na mesa posta
um prato pronto flamejante

te degusto
em porções francas!


# de quando entrei para comunidade Surrealismo Folclórico Tupi

Uma história de infância

Ouvia-se vozes. Apreensiva, mantinha os ouvidos fora do travesseiro. Sabia que era de sua mãe aqueles gemidos e a respiração ofegante. Ouvia-se passos apressados pelo quarto, mas não ousava se levantar. Um barulho estranho vindo de fora a leva até a janela. Devagar gira a tramela e abre uma fresta. A chuva forte, que cai, molha seu rosto e no clarão de um relâmpago seus olhos se ligam - da menina e do cavalo - Do cavalo negro, descem dois seres encapuzados, que se dirigem à entrada dos fundos da casa. Com o coração disparado bate fortemente a janela. Arrasta-se pelo chão e vai até porta, onde cola seus ouvidos. Os gritos sufocados de sua mãe a angustia. Acontece o inesperado: um choro de bebê ...um lindo choro de bebê!
Pula na cama e dá uma gargalhada de menina sapeca. Era isso! Eles trouxeram um bebê! Abriu a janela novamente e chamou:

- Cavalinho, vem aqui! Eles trouxeram um bebê! Foi você que me trouxe também?! O cavalo espirrou, caminhou até a janela e abaixou a cabeça. A menina tagarelou muito com ele. Estava feliz por ter descoberto como os bebês chegavam,


*Para Luís Henrique, Luisa e Julinha, que adoraram esta história de quando eu tinha quatro anos e descobri, como nascem os bebês

De quando sonho poesia

Se me descobres
no meio da noite
e chega
assim,
neste rompante

me consegues!

Teu rosto de frente,
teu perfil

num instante
penso possível
ser tua somente!

me carregues, então.

Angú

- Aí em João Pessoa, bom mesmo é comer uns frutos do mar!
- Isso nem me apetece muito. Eu gosto mesmo é de angú.
- Nunca comi...fiquei com vontade. como se faz?
- Sei não, só faço mesmo é degustar!

Sobre tantas coisas

Ukma

Quando penso fadinha
estrela guia

quando me penso sozinha
quando penso lealdade

quando menos espero
ela está!

essa menina me faz chorar...

Ukma...você, você, sempre!

Minha terra

Ah, esta noite, que amanhece em risos...
no tilintar dos copos (sempre cheios)
nos rostos sinceros, dos amigos de outrora...

as árvores vigiam o reflexo do céu
no asfaldo molhado, que tem cheiro de terra
e torna espelho do alto...

meu interior está neste interior
aqui, meus amigos são meus amigos

Até a volta

Hoje me afasto...
de volta ao passado
de volta as ruas de minha infância
e de volta, tenho as lembranças dos sonhos que sonhei

Hoje, nós duas, ...aquela de ontem e essa de hoje: o que me tornei.

Meu Herói

Um dia Santo
Outro avesso
Um dia creio
Outro diabo
Indefinido
Endiabrado
Preguiçoso
Presunçoso
Casulo
e Butterfly

Macunaíma

Imperfeita

Eu gosto dos meus defeitos...gosto sim
tenho até orgulho deles!

Sonhei

Eram poemas e mais poemas

só me lembro...de teus olhos ligados nos meus.

Aprendendo descubro o desaprender

A pipa quando voa e tem meus dedos na linha, é presa.
A poesia, minha, é o vento que passa e a embalança.

dos escritos

Os que entram em mim, eu logo identifico.
Os que rodeiam, não passa disso.

Ao redor

Quantos sonhos de perfeição!
Fico maravilhada com a simplicidade, os defeitos e natureza de cada coisa.
Agora mesmo, a vidraça treme! é o vento frio dizendo pra eu não sair sem agasalho
ou me chamando para o movimento das folhas tocando as plumas das nuvens do outono. A perfeição já é.

Nos Caminhos

I - Telefone

- faz um ano e meio...e não te esqueço
- é você??? estás aonde?
- em Recife. vem me ver!

(há um ano e meio, iria sim)

- mas agora é tão tarde!
- não. podemos recomeçar...
- são duas e meia da manhã!

(muito tarde..ou quem sabe, ainda)

II - Prisão

Os dias parecem iguais e infinitos. Tanto disperdício.

III - Fim

Que fim é este por quem tudo fazemos e nunca chega?

IV - Procuro

No desconhecido de mim há um ser inédito.

V - sobre o amor

Quando sonhas o amor, tens na carne a possibilidade de tocá-lo.

VI - Nos caminhos

Quando o chão não é possível, aprendemos a voar...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

"Ivone é magia pura
que tudo mistura
Sentimentos de poeta
Alma de candura
E uma verve de sereia
Ora no mar, ora na areia
E peca em todos eles
Com tal desenvoltura
Que pecado e virtude
Se enrolam na mesma rede
E assim vai fazendo a teia
Que nos prende e envolve
Com tal intensidade
Que nos deixa com vontade
De ser dela prisioneiro. "

meu amigo poeta Ivo