terça-feira, 29 de abril de 2008

Ironia

Esses livros empilhados, esses autores todos..mortos-vivos...Olham-me de suas páginas e sussurram em meus ouvidos suas vozes assombradoras. Alguns advinham-me, desnudam-me, outros me carregam por onde nunca fui e nem pedi para ir. Não os quero tão próximos, não desejo suas influências, já me bastam aquelas impregnadas em meu D.N.A, contra as quais nada posso fazer -. Busco-os com restrições e desconfiança...Para quê tanto conhecimento?
Um dia, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, fui cercada pela voz de Clarice, que vinha das paredes, dos quadros, do teto, do chão..Fiquei dias com elas em minha cabeça...girando...girando...girando...

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. "

"Mas é que o erro das pessoas inteligentes é tão mais grave: elas têm os argumentos que provam"

"Escuta: eu te deixo ser,
deixa-me ser então."
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